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sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Paredão Rio Bonito, em Rio dos Cedros


Às vezes penso que seja doença, mas essa ânsia que possuo por explorar algo novo me tormenta desde que lembro feito "gente"; e a escalada, em aspecto geral, não poderia deixar de encantar esses olhos aqui marejados de desafios.
Passado alguns meses tive a oportunidade de conhecer o pessoal do hostel de montanha Refúgio das Nuvens e da escola de montanha Garra, e além em poder sanar dúvidas de um leigo entusiasmado, criei bons amigo dos quais jamais poderei me arrepender!
Minha pesquisa sobre o assunto acabou tomando várias horas madrugada adentro em busca informações que um dia poderiam valer. Desde 1786 no Mont Blanc iniciando o Nobre Esporte das Alturas, até a Grande Trango Tower no Paquistão. Tudo fascinou!

Nomes como Sílvio Mendes, Reinhold Messner, Lionel Terray, Guido Magnone, Edmund Hillary, entre tantos outros, começaram fazer sentido...
Subi na bicicleta e rumei os 35km, com ascensão aproximada de 900 metros em 10k de subida contínua, em direção ao hostel em Rio dos Cedros. Com breve pausa para abastecer de água durante a serra, em uma pequena cachoeira que derrama seus trilhos pela estrada em um ponto quase estratégico, cheguei com certo cansaço, mas agilidade, e tão bem recebido quanto a última vez que pude visitar.
Lá estou em casa, ou pelo menos, assim sinto.
Conversamos, almoçamos, conversamos, planejamos e conversamos...
A companhia foi tão agradável que horas pareceram minutos, até mesmo vizinhos do hostel, clientes meus na época na qual trabalhava em uma loja especializada em comércio de eletrônicos, pude reencontrar. Por si só foi válida a pedalada, porém, para minha euforia, havia chego a hora de caminhar até os pés do paredão Rio Bonito.
20 ou 30 minutos de trilha, perdi a noção de tempo, partimos ao encontro das vias.
A intenção do Bebeto e do Daniel, meus instrutores da aventura, não foi a prática da escala em si. Fomos com intuito de fixar proteções e determinar o local exato em que seria criada uma via muito simples, propriamente focada ao público inexperiente, assim como eu. A ideia é subir 35 metros por um caminho nas rochas de fácil acesso e descer por rapel até o solo.
Pra você, caso não tenha contato algum com escalada em rocha e tem curiosidade na experimentação de tal, aqui fica minha indicação pessoal!
Subimos até o local desejado em minutos.
Ao contrário do que imaginei, não fiquei nervoso, meus batimentos cardíacos não aceleraram e não tive paralisias de pânico. A única coisa que senti fortemente no peito foi orgulho...
Muitos montanhistas podem julgar essa minha plena satisfação como piada, como "novata" ou simples demais, mas a sensação de liberdade e conquista que senti ninguém vai me tirar. Espero que chegue um dia, muito distante ainda, em que poderei lembrar desse dia e dizer "como fui bobo, era só uma subidinha sem cordas", porém enquanto esse momento não chega, me dou por satisfeito!
Ao voltar estava feliz com a promessa que em breve iria retornar.
Para concluir esse relato deixo minhas indicações para final desse ano: Conheça o Hostel e a Escola (os links estão no começo da matéria), no mínimo, se surpreender com novidades. Faça seu roteiro em um dos locais mais belos da região, hospede-se com conforto e tranquilidade, ou monte sua barraca porque também aceita camping, e faça amigos que compreendam a sua paixão pelo esporte e pela natureza!

Experimente!

Abraço





segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Dia Internacional da Montanha

É necessário respeitar aquilo que ama

Parece sem sentido comemorar o Dia da Montanha sendo que a maioria das pessoas não são montanhistas e nem se quer possuem algum contato turístico com tal, porém o intuito é de conscientização e preservação para o mesmo. Desde 2003, nesse dia, todos celebram o amor que possuem por essas formações rochosas das quais levam somente fotografias capturadas e boas lembranças vividas; sem deixar rastros, sem deixar sujeiras!
A Assembléia Geral das Nações Unidas firmou essa data para lembrar cada indivíduo a necessidade do cuidado com o ecossistema altamente sensibilizado. Em um local que a biodiversidade de fauna e flora é abundante, e diferenciada, por infeliz infortúnio dificilmente defendida por falta de contato ou ignorância demasiada, que seja feito justo, há a obrigação de preservação imediata.
O ser humano nunca encarou as montanhas como adversárias, precisas de conquistas e desbravamentos, mas sim, feita companheiras adaptáveis e ambientes santificados para clamar seus deuses religiosos (grande parte das culturas milenares). Um ser humano civilizado em dias atuais, quando busca esse caminho, geralmente, está em busca de refúgio e não propriamente desafio. Procura paz e não guerra. Procura contato com a natureza e não um pasto devastado...
O ambiente que tanto lhe faz bem precisa de ajuda para assim permanecer.
Pense nisso...!




 

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Pico Paraná, O Gigante do Sul - 3º Dia

Domingo, 12 de novembro - Hora de voltar


6 horas cravadas acordei sem despertador e sem combinar.
Por somente alguns minutos me inspirei em partir para o cume e assim que meu amigo acordou eu disse: "Bom dia, Bela Adormecida! Vamos subir?". Ele hesitou e eu também.
Recolhemos qualquer vestígio do pernoite com calma porque o frio ainda nos lembrava de sua presença. O calor do sol, agora em céu completamente limpo, demorou para nos agraciar e antes que esquentasse ninguém sairia dali.
Houve o instante de decidir, por volta das 8 horas da matina, se eram as estradas quem nos esperava ou os 1877 metros do PP...

Escolhemos voltar.
O cansaço não teve tempo para dissipar e o relógio, em relação ao calor, não nos presentou com tanto. O risco de encarar uma insolação era real.
Respiramos fundo, sem remorso pela escolha, sabendo que fizemos o mais correto e a sensação de "papel cumprido" nos acompanhou; partimos.
Não sei a altura real do A2, chuto por volta de 1600 m, mas fiquei satisfeito e vejo como mais um superação conquistada. Se pretendo voltar e, finalmente, chegar ao cume?
Claro! Claro! Mas nesse dia já foi suficiente.
Embora não pareça, a volta é mais rápida. Levamos 4 horas e meia aproximadas, contando com pausa para alimentação e alguns minutos próximos as fontes d'água para reidratar, dessa vez sem chuva.
Cruzamos o caminho de diversos aventureiros que com sorrisos amarelos e cansados rumavam ao lugar que antes deixamos. Desejamos sorte e, para alguns, mais algumas dicas de quem acabou de enfrentar um labirinto verde de raízes e rochas.
De volta à Fazenda, jamais imaginei que um gramado úmido pudesse ser tão aconchegante, nos atiramos no chão. Por 40 minutos, pés descalços e 2 pastéis, as forças retomaram parcialmente.
Hora de voltar para casa!

Como relatei anteriormente, fui o pior companheiro que alguém pudesse ter e mesmo assim fui presenteado com compreensão. Um amigo assim é para carregar consigo para o resto da vida!
Mas aquela sensação que me assombrou, sem causa aparente, talvez tenha sido desvendada...
Após chegar ao lar e ver que minha esposa e filhos estavam bem, mesmo assim, meu coração palpitou. Uma hora passada recebi a notícia que meu avô materno faleceu.
Não acredito em vidência, paranormalidade, anjos e espíritos; mas que foi bizarro, isso foi!
Uma coincidência e tanto.

Clique aqui para ler "Pico Paraná, O Gigante do Sul - 1º Dia"
Clique aqui para ler "Pico Paraná, O Gigante do Sul - 2º Dia"



quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Pico Paraná; O Gigante do Sul - 2º Dia

Sábado, 11 de novembro - Partida e acampamento



Após um beijo caloroso da esposa e enxugar algumas lágrimas da filha dizendo "pai, quero ir junto!" chegou às 2 horas da madrugada e a locomoção bateu na porta.
Meu amigo Jayder, que já enfrentava um pouco mais de 200 km's vindo de Florianópolis, me espantou quando saiu do carro. Esse cara não envelheceu um dia se quer desde que o tinha visto. Impressionante como uma amizade verdadeira pode passar tanto tempo sem ser abalada.
Com ânimos transbordando partimos ao destino tão desejado. As conversas, em grande parte sobre aventuras passadas, fizeram das 3 horas e meia somente um passeio no parque.
Com utilização do GPS não foi difícil encontrar a Fazenda Pico Paraná.
Após sermos recebidos e feito check-in por volta das 05:30 resolvemos aguardar os primeiros raios de Sol para enfrentar a trilha. Uma hora passada, os passos começaram.
As mochilas com 15 kg não pareceram problemas então o destino seria apenas uma consequência.
O clima havia prometido céu limpo intermitente, porém fomos enganados. Só havia chuva fina e gelada, fazendo das primeiras quatro horas de caminhada extremamente cansativas e pesadas.
Os caminhos são muito bem sinalizados e a trilha é aberta, acredito, em minha simples inexperiência, que não é possível alguém se perder por ali, mas por ser tão difícil acesso é necessário possuir algum aparato de comunicação com a base (celular, rádio).
Quando tanto tempo percorreu e não tínhamos noção de onde estávamos, porque nenhum de nós havia enfrentado o PP antes, resolvemos criar um abrigo provisório para nos proteger um pouco da chuva, tentar nos secar e beber um café quente para fortalecer os ânimos. 
Em meio tanta neblina e água vinda do céu, conversamos e concluímos que havia chego o momento da desistência... Continuar com tanto peso e tão molhados, sabe lá por quanto tempo, não parecia algo inteligente. 

Enquanto arrumamos as "tralhas" para voltar, um grupo, com cerca de 10 pessoas surgiram ao nosso encontro e nos forneceram as informações mais desejadas... Não faltava muito. Dava pra encarar!
No mesmo momento saímos do inferno e ascendemos aos céus. Esquecemos quaisquer dificuldades e rumamos de volta ao destino.
Passado mais uma hora, chegamos ao abrigo A1.
Se para todos nós já foi desgastante chegar até ali, fiquei imaginando as dificuldades que Rudolfo Stamm e Alfred Mysing enfrentaram, em 1941, em desbravar o caminho para o cume.
Saindo do A1 enfrentamos a crista, um dos locais mais belos nos quais coloquei meus pés, que consiste em andar entre dois desfiladeiros tendo como proteção somente alguns arbustos rígidos. Após o mergulho pelo corredor chegou o instante de subir novamente; era a vez de encarar os grampos até rumar para as últimas centenas de metros até chegar ao próximo abrigo. Confesso, foi mais fácil do que aparentava porque enquanto estamos embaixo dava medo.
Últimos esforços e chegamos ao A2, local escolhido para ancorar nossos pertences. 
O cansaço era evidente e resolvemos montar a barraca e repousar até mais tarde, quem sabe, atacar o cume antes que escurecesse. 
Com as roupas anteriormente molhadas esticadas por todo lado e com as barrigas bem cheias conforme merecido, comecei a me sentir mal...
Nada físico, pior, saudade!
Costumo passar os finais de semana longe de casa e nunca tive problemas com isso, mas especialmente nesse dia, senti muito falta da minha esposa e filhos. Havia sensação que algo estava errado e deveria estar do lado deles.
Resumindo, só ficava pensando e calculando como faria para voltar até a base antes que a noite tomasse conta de tudo, sem êxito, claro.
Estou convicto que fui a pior companhia em um trekking tão especial, enchendo a paciência de um grande amigo, só pensando ir embora; mas o Jayder aguentou firme (risos)!

O cume poderia esperar para o próximo dia. As pernas estavam doloridas demais e o vento começou a soprar forte demais. Ficamos horas observando a belíssima paisagem até a noite cair e o espetáculo do céu, no momento limpo, apresentou todas suas facetas.
Em cumes próximos lanternas brilhavam e, apesar do frio, brincamos emitindo sinais. Bons momentos de distrações.
Quando chegou a hora de dormir nem pensei... Desmaiei!
Simples assim.
Simples.
Assim.



Clique aqui para ler "Pico Paraná, O Gigante do Sul - 1º Dia"
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quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Pico Paraná, O Gigante do Sul - 1º Dia

Sexta-feira, 10 de novembro - Preparativos


O convite surgiu quase feito susto na noite de quinta-feira através de um aplicativo de comunicação. Um querido amigo, no qual não conversava pessoalmente há mais ou menos 10 anos por causa dos caminhos que a vida toma, me intimou dizendo: "Estou indo para o PP no final de semana. Encara?".
Agradeci o convite, mas recusei de primeira. Não possuo equipamentos suficientes para acampar, pois costumo investir em aparatos de corrida de montanha, e o saldo bancário não estava ajudando em nada.



Depois de algumas "trocas de figurinhas" e alguns problemas resolvidos, aceitei e a ansiedade me invadiu! Feliz! Estava indo pro PP.
Uma das carências que mais me preocupavam eram como eu levaria o necessário para acampar na minha mochila de 35l, porém, um outro amigo, João, espontaneamente ofereceu emprestado sua cargueira de 70l novinha. Salvou minha aventura com um gesto tão generoso que nem sei como retribuir. Ainda precisei emprestar do cunhado o saco de dormir e o isolante térmico. Realmente, não tenho nada para camping.
Com grande parte dos empecilhos sanados só faltava a visita ao supermercado para comprar, tudo patrocinado pelo Estação Open Bar, alimentos para tal jornada.
Macarrão instantâneo, barrinhas de cereais, bananas, maças, bolachas, entre mais algumas besteirinhas, o reservatório estava completo.
Só bastava esperar, porque em poucas horas a aventura seria oficialmente iniciada.




Clique aqui para ler "Pico Paraná, O Gigante do Sul - 2º Dia"
Clique aqui para ler "Pico Paraná, O Gigante do Sul - 3º Dia"



quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Desafio Vale Europeu das Estações etapa Primavera + Expobike

Difícil falar desse evento sem atropelar uma série de informações; pois foram tantos atrativos que me policio ao relatar.
O Desafio do Vale Europeu, ocorrido no ano anterior, já nasceu imenso!
Não pude comparecer no sábado, dia 04, por diversas motivos, na Expobike para fazer a retirada o kit e acabei necessitando em concluir no domingo, uma hora pré-prova; imaginei que seria uma zorra por causa dos mais de 1.000 ciclistas inscritos, porém, não sei se foi sorte ou qualidade da organização, não houve filas e o processo foi bem rápido.

O kit em si veio bem "recheado", contendo camisa alusiva do evento, número do atleta, chip, squeeze, apito, talheres para acampamento, bolachas caseiras, gel, castanhas, amêndoas, damasco e até mesmo um par de meias para ciclismo. Para quem gosta dos kits bem generosos foi ao evento certo! Me surpreendeu.
Relatando por primeiro a prova: foi espetacular a organização e os atletas que participaram da minha categoria, amador, a mais curta e menos técnica, já demonstraram grande preparo físico desde a largada (que ocorreu pontualmente).
Sendo a competição com menor grau de dificuldade acreditei que seria relativamente fácil cumprir com o prometido, porém a surpresa foi muito bem vinda, demonstrando que o engano pode ser muito prazeroso. A corrida teve uma elevação considerável e alguns pontos de cautela aguçada, mas staffs estavam prontamente treinados assinalando os pontos críticos com bandeiras vermelhas; mesmo assim houveram alguns acidentes de pouca gravidade que pude ver os resultados após o término.

Se a categoria que escolhi, por causa de pouco treino para desafios maiores, já foi emocionante fiquei imaginando como seria a grande superação em encarar as categorias sport e pró...
Sinceros parabéns para todos atletas que encararam essa brincadeira!
Jamais querendo menosprezar qualquer categoria, mas uma das cenas mais emocionantes, obviamente, foi a chegada da categoria pró após 100km percorridos com 2.700m de altimetria acumulada.
O favoritismo do atleta Marcelo Peito de Aço foi consolidado aos 03:56:20 de prova, com mais de 13 minutos de vantagem para os demais competidores. Além de conquistar o lugar mais alto do pódio nessa etapa também levou o troféu de 2017 de todos os desafios do ano.
Na Expobike, além de ser muito bem atendido, pude "namorar" diversas bicicletas que tenho como sonho de consumo. Lojas como Bike Alla Carte, S.O.S Bikes e Bike Speck, trouxeram modelos, desde entrada até linha de alta performance, para apreciação do público.

Falando em bom atendimento não posso me esquecer da Isapa, do Desafio Agora, Marastoni Assessoria e Seledon Turismo e Treinamento; assim pude tirar todas as dúvidas sobre cicloturismo, competições e rotas com pessoas que realmente estão dispostas a dividir seus conhecimentos.
Para fechar o dia fiquei para assistir a apresentação dos Star Boys transbordando habilidades nas motocicletas.
Foi um evento para toda a família e a família Nexa Bikes tornou minha participação possível; desde transporte, inscrição e companhia. Sou muito grato ao Gilsério, José, João e seus entes que além de estarem presentes ainda nos aguardavam na torcida!
Se você está na dúvida se no próximo ano vai participar de alguma etapa desse desafio só posso dizer: - Vá! Vá em todas...!
Duvido que possa se arrepender...

Agora nos resta as próximas aventuras...
Bora treinar???
Abraço






segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Reflexão de amador: Por que sempre existe o "mas"...?

" A força não provém de capacidade física, e sim de uma vontade indomável." -       Mahatma Gandhi

Assim inicio essa breve reflexão sobre todos nós, atletas amadores, e o quão a opinião alheia pode nos influenciar...
Para quem acompanha o blog de outras datas sabe que consiste em um simples relato desse amador que vos comunica, portanto, o que escreverei é somente de cunho pessoal e nada mais.
Não sei se ocorre com vocês, mas desde que comecei me aventurar em alguns esportes competitivos sempre acabo ouvindo uns murmurinhos e comentários maldosos partindo de leigos, e também, praticantes de algumas provas, consistidos em "você é muito magro", "essa sua bike não vai aguentar", "seus tênis de corrida são muito simples", "essa roupinha... tá parecendo saracura", entre mais diversos dizeres que, pessoalmente, no princípio não me incomodava. Imagino que quem possui sobrepeso também seja vítima desses pré-conceitos.
Bom... O tempo foi passando e apesar de não possuir acompanhamento especializado, fui por conta, treinando e estudando os esportes-foco e me dedicando seriamente.
De 10 meses pra cá acabei, ao participar de poucas competições, conseguir conquistar alguns pódios em corridas de montanha e mountain bike, incluindo primeiro e segundo lugar...
Fiquei muito contente, natural por ser resultado de um compromisso para com os treinos, e quem sabe um pouco de sorte; mas aí os comentários começaram me chatear...
"Mas também, você têm tempo para treinar", "você é muito magro, não pesa nada", "com essa idade eu também conseguiria", entre tantos mais. Será que não podem respeitar uma conquista, assim como faço com meus amigos?
Não sou exemplo para muitas coisas, porém sinto orgulho genuíno quando alguém que sei que se dedicou tanto está recebendo a premiação devidamente merecida. Consigo ficar feliz por essas vitórias.
Há um grupo de corredores na minha cidade que são titulados de Planet Running e eles são incríveis. Verdadeiros campeões! A cada corrida que participam, eu, na minha singela insignificância, torço para suas superações e estufo o peito para dizer: eu conheço esses caras! E sei que quando me supero, não necessariamente subo no pódio, as primeiras palavras de entusiasmo que recebo vêm de alguns deles. Eles amam o esporte e respeitam o adversário; esses sim são exemplos.
Eu, que nunca me importei com opiniões alheias, me entristeço com essa falta de consideração desses haters da vida real.

E com vocês? Também acontece?
Ou aconteceu?

Deixe suas histórias aqui nos comentários
Partilhe suas experiências para que mais pessoas possam saber quais são as opiniões dos esportistas que merecem serem ouvidos.

É só um pensamento.
Bora treinar
Abraços

sábado, 30 de setembro de 2017

Refúgio das Nuvens - Hostel de Montanha

Aos pés da montanha com corações abertos

"É muito raro encontrar almas livres, mas logo se vê quando são" e assim inicio essa matéria que após leitura completa, além de compreender a citação do mestre-marginal Bukowski, também ocorrerá concordância...
O convite surgiu na Feira de Ecoturismo e Turismo de Aventura do Vale Europeu e eu, obcecado pelo desconhecido, aceitei de imediato. Até presente momento o conceito hostel era somente algo no qual havia ouvido falar, sendo um sistema de acomodação compartilhada com preços convidativos, distantes da minha realidade, sendo muito comum em países com grande fluxo de turistas em busca de esportes radicais. A minha curiosidade aflorou porque, além de saber que os valores aplicados são abaixo dos habituais, a socialização dos hóspedes é evidente de acordo com seus usuários.
Pela manhã, bem cedo, montei na mountain bike, que estava previamente preparada, e rumei em direção aos encantos de Rio dos Cedros.

No interior dessa cidadela há um sistema de hotelarias muito bem consolidado devido aos belos lagos e montes ali pela natureza presenteados, portanto criei expectativas positivas sobre meu destino e, ainda bem, nada ficou a desejar; até mesmo me surpreendi!
Após algumas horas de pedal, por um percurso de fácil acesso e bem sinalizado, me deparei com a infraestrutura e toda a cordialidade do Refúgio das Nuvens. Me encantei. Cada janela, cada pedaço de madeira, cada decoração nas paredes, parecem memórias deixadas de forma palpável por algum visitante que ali esteve. O casebre têm vida e pertence tanto a montanha quanto a montanha a ele pertence. Aconchegante é a palavra mais próxima do que tento descrever.
Além de ser propriamente um refúgio para montanhistas, também opera como sede da Garra, Escola de Montanha; na qual, esporadicamente, é lecionado cursos voltados para iniciações nos conceitos de montanha e aprimoramento de escalada em rochas. 
Fui recebido pelo casal proprietário, Daniel e Maria, e também mais três montanhistas, Bebeto, Douglas e Renato, são vizinhos e parte da "família".
Logo na porta os sorrisos foram largos e começamos longas conversas sem interrupções tratando de aventuras, literatura, cultura popular, filosofia, religião, gastronomia... Tudo; com respeito tão aguçado que mesmo tendo pouquíssimas opiniões conflitantes seria impossível haver alguma estranheza. E por falar em gastronomia, logo o almoço foi servido e o sabor foi esplêndido. Maria preparou com tanta afetuosidade que o alimento teve aquele gostinho de "quero mais".
Enquanto os rapazes foram aos preparativos para nossa aventura vespertina, Daniel me fez companhia explicando macetes e contando histórias desbravando conhecimentos de um aventureiro que somente o passar dos anos podem relatar. Ele é uma enciclopédia ambulante quando se trata do assunto.
Partimos para um trekking até o paredão do Rio Bonito; local inspirador que pode ser observado do quintal do hostel feito uma imagem raptada de cartões postais, com intuito de escalar. Porém eu, com tempo limitado para execução, acompanhei como mero espectador.
Foi preciso cruzar as dependências do Vale dos Ventos para chegar ao começo da trilha. Com devida autorização recebida com muito bom grado a nossa breve caminhada começou. O dia estava quente e úmido, local de risco em meio da mata quase fechada, por isso avençamos com cautela, mas com ânimos inabaláveis; Ao chegar aos pés daquela imensidão de rochas, confesso, que me senti intimidado, porém eufórico. Gostaria muito de poder arriscar uma subida por aquela parede, mas ainda não possuo devido preparo.
Contente em observar os três escaladores avançando em suas subidas me despedi, ao longe, para conhecer uma gruta ali perto. Outra visão fantástica de tudo aquilo que Rio dos Cedros nos oferece.
Quando Daniel e eu retornamos para o hostel já era hora da partida. O dia passou rápido demais e fiquei com a sensação que havia esquecido de fazer algo...
Agradecer! Não achei palavras suficientes para poder agradecer a experiência tão marcante e contempladora que tive.
Percorri 70km de bicicleta e parti para um trekking muito bacana com a intensão de conhecer melhor um esporte, ainda misterioso, e também um lugar majestoso, porém o que realmente ganhei nesse dia foi a construção de amizades das quais jamais poderei esquecer.
Se desejar ter momentos assim recomendo não somente a visitação, mas também o Curso de Iniciação ao Montanhismo (clique no link) que ocorrerá nos próximos dias.
Deixarei abaixo algumas informações para contato...



Não deixe para viver outro dia. Arrisque. Faça.

Comentários abaixo sempre são bem vindos!
Não esqueçam do sorteio que está rolando na fanpage.

Bora treinar,
Abraços

Daniel e Maria
Garra - Escola de Montanha
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(48) 99913 2513
(47) 99952 5199
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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Feira de Ecoturismo e Turismo de Aventura do Vale Europeu

Não me diz que perdeu, hein?


Durante os dias 22, 23 e 24 desse mês, o CIMVI - Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí, juntamente com a Prefeitura Municipal de Indaial, promoveram um dos maiores eventos de encontro para espíritos aventureiros que se espalham por aí para comemorar os 10 anos do Circuito do Caminhante.
A feira ofereceu o 1º Festival de Sabores do Vale Europeu em Indaial, 3ª Feria Regional de Artesanato do Vale Europeu, apresentações artísticas e culturais, show de bandas de rock, provas de cross-country com aval da Federação Catarinense de Ciclismo, pedal noturno, Caminhada nas Trilhas do Barão, exposição de materiais do nosso mundo outdoor, escalada, bar suspenso, bungee jump; tudo em um só lugar com três dias de experimentação e confraternização.
Eu, como sei que a vida não consiste em um simples mar de rosas, não pude acompanhar o evento de forma integral, como a vontade insistiu, mas durante o período vespertino desse sábado meus pés abarrotaram aquele chão do Parque Municipal Jorge Hardt, com a curiosidade mais aguçada do que meu tempo disponível deixou passar.

Os olhos dispararam para todos os lados assim que cheguei. Fiquei animado ao ver o jump e a escalada logo na entrada do evento; embora essa diversão me fez palpitar o coração, antes precisava conhecer tudo que a feira poderia oferecer, e parti para dentro do pátio em direção aos expositores.
Havia espaço para todos com muito respeito e organização, sabendo que as empresas que ali estavam não eram concorrentes, mas sim, apaixonados pelos mesmos ideais. E eu, atleta amador que de tudo um pouco deseja fazer, fiquei encantado com todas as possibilidades de múltiplos esportes e incríveis roteiros criados especialmente aos amantes daquilo que nos faz bem.
Dei uns passos pra cá, disparei umas fotos pra lá, e acabei esbarrando no expositor da empresa Manitur - Turismo Nacional e Internacional e fui recebido com excelência por uma ciclista nata e devota ao que faz, Cíntia, proprietária de tal agência. Foram longos minutos de bate-papo sobre pedais e loucuras conquistadas em todos esses anos de prática. O assunto principal, além de futuros planos com as bicicletas e desejos de desbravamentos, foi o nacionalmente famoso Circuito do Vale Europeu, com seus 300km de extensão e as nove belíssimas cidades que cruzam. Eu pensava que conhecia todas as atrações de cada local, mas confesso que nada sei, compreendi, após averiguação de cada posto de passagem nessa rota que até parece mágica. Me despedi com imensa gratidão e na expectativa que nossos caminhos possam se cruzar novamente.
Mais algumas voltas e parei no expositor da Garra - Escola de Montanha, e no Refúgio das Nuvens - Hotel de Montanha, para admirar os materiais ali demonstrados. Mochilas Deuter, isolantes Summit, barracas suspensas... Somente o melhor!

Maria, e esposo Daniel, são responsáveis pelo empreendimento e merecem ser visitados por qualquer um que aprecia esportes vinculados com montanha, pelo simplório porque, são profissionais singulares.
O atendimento que recebi foi tão ímpar que tive a sensação de conhece-los durante anos, mesmo sabendo da impossibilidade. Nem vou relatar muito sobre esse incrível casal pelo simples fato de que em muito breve farei uma matéria específica sobre o hostel e os cursos de montanha que eles ministram. Aguardem, que uma parceria nasceu nesse dia e vou leva-los para conhecer o pequeno paraíso que abriga a escola de condução e capacitação em Montanhismo.
Só posso garantir que saí dali com vontade de encarar qualquer desafio e a parede de escalada me aguardava lá fora!
Sempre tive pavor de altura e mesmo com o passar dos anos nada mudou, mas enfrentar meus medos é o verdadeiro esporte no qual sou adepto e então parti para, alguns julgam brincadeira de criança, a aventura do medroso de plantão.
Deixei bem claro para os rapazes que me receberam, muito gente-boas por sinal, que não possuía experiência alguma com paredões. No máximo, escalei um beliche quando menino. Porém, não pareceu problema para eles...
Após equipamento devidamente colocado e algumas breves dicas de técnicas para iniciantes, dei partida na minha loucura do dia.
E o que achei?
Quero mais, muito mais. Conquistar uma parede é tão prazeroso quando cruzar a linha de chegada; quanto colocar os pés no pódio; quanto olhar pra trás e saber que um paradigma foi quebrado.
Não pude ficar para o pedal noturno que estava preste a começar, mas me dei por satisfeito em conhecer pessoas que dividem o mesmo amor que sinto em praticar algum esporte outdoor e possuir a chance de ter maior contato com a natureza.
Valeu a experiência!

Deixo no final desse post os contatos das empresas que me relacionei, com minhas recomendações pessoais para tal.

Agora... Bora treinar.
Abraços


Garra - Escola de Montanha
https://www.facebook.com/garraaventura/
(48) 99913 2513
(47) 99952 5199
garraaventuraadm@gmail.com

Refúgio das Nuvens - Hostel de Montanha
https://www.facebook.com/Refúgio-das-Nuvens-110617889458427/
(48) 99913 2513
(47) 99952 5199
refugiodasnuvens@gmail.com

MANITUR - Turismo Nacional e Internacional
https://www.facebook.com/manitur/
(47) 3382 0437
(47) 98808 8327
manitur@tpa.com.br



terça-feira, 5 de setembro de 2017

Devo me inscrever na São Silvestre?


Ontem, dia 04/09, foram abertas as inscrições para uma das mais celebres e conhecidas corridas de rua no Brasil: Corrida São Silvestre.
Ao contrário do que a maioria das pessoas não praticantes do nosso esporte acreditam, essa corrida possui 15k de extensão e não é uma maratona! (choque para os desavisados)
A inscrição aumentou novamente e está no valor de R$170,00. A expectativa, e muito provável presença, de 30.000 atletas amadores é aguardada no último dia do ano de 2017.
Porém é necessários fazer análise de uns prós e contras que tanto ouço por aí...
A corrida de São Silvestre em 1924, em sua primeira edição, teve 60 atletas inscritos e somente 48 compareceram; em dias atuais, com esse número absurdo de corredores, duvido muito que alguém consiga de fato correr, a não ser os atletas de elite. Ou você pernoita em frente ao marco da largada ou vai fazer um "trotão" em meio a imensa multidão nas ruas de São Paulo.
Quem tem intuito de encarar essa prova como competição acredito que vai se frustrar, mas quem deseja uma grande festa de final de ano parece estimulante.
Outra coisa que incomoda é a data, dia 31/12, porque duvido muito que estarei de volta ao meu Estado em tempo de passar a virada com os familiares. É uma tradição louvável e jamais desejei que fosse mudada, mas em plena data festiva, estar trancafiado dentro de um ônibus, ou similar, não é algo que me faça sorrir de alegria.
Um dos fatores positivos, além da animação da prova, é poder parar de ser questionado quando conta para alguma pessoa que sou correr; porque você pode ter corrido a Conrades dez vezes e possuir o tão desejado green number, mas se não correu a São Silvestre pelo menos uma vez então não é (afirmativa dos leigos). Quem não pratica, não tem noção...
Sei lá. Estou indeciso. Desejo bastante enfrentar a Brigadeiro e fazer parte de toda aquela bagunça, mas será que vale a pena?

Você vai participar?
Já correu alguma vez? Como foi?
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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

4º Revezamento 10 Milhas Morro Azul

O que eu deveria saber...?


O Morro Azul, situado em Timbó, é local no qual nunca havia colocado os pés e mesmo assim me assemelhava como algo místico e bucólico. Meu pai, residente dessa terra na juventude, sempre contou diversas histórias de trilhas e corridas que havia feito em tal cume da região. Meus olhos brilhavam e a vontade de compartilhar uma aventura por lá é algo que assombrou meus planos por um bom tempo.
Vislumbrei a possibilidade nessa prova de revezamento, porém entre os diversos amigos que possuo que são praticantes de tal esporte estão em condições de prática muito superiores ou muito inferiores a minha; não havia ninguém no mesmo pace para competir em parceria e eu optei em fazer a inscrição na categoria solo.
Eram somente 16km de prova até o cume. Como meses anteriores treinei bastante subidas e essa quilometragem é rotineira nas rodagens pensei que não haveria dificuldades em participar dessa corrida rústica e, quem sabe, até almejar um troféu novo para a estante da sala...
Às 6 horas da manhã saímos de Jaraguá do Sul rumo Timbó. A prova teria início às 8 horas e sempre procuro chegar com bastante antecedência podendo executar o aquecimento com calma e tentar aquietar os ânimos que ficam agitados antes de qualquer largada.

No meio do trajeto, nas portas do município de Pomerode, houve um problema com o carro do meu pai. Após alguns minutos de discussão e desespero abandonei minhas duas irmãs, que pela primeira vez assistiriam uma competição, e nosso pai na beira da estrada. Parti em busca de ajuda.
Foram 8 quilômetros necessários de corrida, lutando contra o relógio, até conseguir tomar o rumo desejado. Os minutos pareceram insultar minha pressa e cheguei a acreditar que não conseguiria participar daquela prova. Me doei muito mais que deveria, com a esperança de ainda chegar em tempo, nos caminhos da cidade mais alemã do Brasil.
Com problema sanado apressadamente estávamos em Timbó e partimos direto ao Parque Central. Me restaram 90 segundos para fazer a retirada do número de peito, lembrando que fui muito bem recebido pelos organizadores, e me posicionar para início dessa aposta.
Foto de Djemes Borges

5... 4... 3... 2... 1... E lá fomos nós!
A descrição que farei será apenas baseada em palpites porque não levei nenhum dispositivo para averiguar as reais distâncias citadas. Nada de relógios. Nada de GPS.
Os primeiros dois quilômetros foram cruzando a cidade em ruas de paralelepípedos, muito bem sinalizadas, até chegar em chão de terra batida. Fiquei contente que grande parte da prova seria realizada em estradas não pavimentadas; prefiro, porque meus treinos costumam ocorrer nesse tipo de terreno e assim me sinto um pouco mais próximo do mundo outdoor. O asfalto é muito denso, artificial, não sinto me aventurando sem que o corpo fique coberto de poeira. Mania de maluco, não dá bola...

Quilômetro quatro passei pelo primeiro posto de troca por aqueles esportistas que optaram por revezamento em grupo. Fiquei espantado com as arrancadas e vontades de vencer que vi em rostos prontos para disparar em nome de suas equipes. Ninguém estava brincando, ninguém queria falhar com os seus e isso não foi necessário ser dito em palavras.
Mais alguns quilômetros passados, mais um posto de troca deixado para trás e bastantes staffs abastecendo o pessoal com água. Tudo estava muito bem e cheguei a pensar que a competição se comportava de acordo com meus planos. Quando viesse o 12k e a verdadeira subida apresentasse, travando o tempo da grande maioria, eu, que tanto gosto de atacar cumes, teria alguma vantagem de resistência e poderia ultrapassar corredores.
Enfim chegou o temido quilômetro dez (temor pessoal) no qual, pela primeira vez em qualquer prova e/ou treino, quebrei!

Foi assim. De repente e sem avisar. Meus joelhos travaram, as panturrilhas ficaram rígidas e mal consegui colocar um passo em frente ao outro.
Quanto mais tentei forçar para continuar o ritmo, mais assisti competidores passarem com naturalidade. Não pude mais correr e decide caminhar.
Não me importei quanta dor estava sentindo, porque essa um dia iria passar, mas abandonar a prova é algo que jamais passou pela cabeça. Precisei continuar.
Faltando somente três quilômetros para o término do percurso, a inclinação aumentou substancialmente e ganhei companhia para desbravar essa árdua caminhada. Sandra Mara Bento Schneider me alcançou e me acompanhou com uma conversa muito bacana e descontraída. Sobre o quê? Corridas, é claro...
Esse bate-papo me fez esquecer um pouco a dor e o tempo passou mais rápido. Faltava pouco, algumas centenas de metros, quando ao nosso encontro veio Giuliano, esposo da Sandra, após já ter completado a sua corrida, para nos dar palavras de estímulo para acabar a prova.

Um casal que já havia visto em competições anteriores, porém não sabido. Só me arrependo de não ter conhecido antes. Eles são muito atenciosos e excelentes competidores! Não tenho certeza, mas acredito que ambos conquistaram troféus...
Na reta final, Sandra me disse "vamos lá, vamos correr pelo menos agora" se referindo aos últimos minutos de caminhada e eu disse "vamos", dei dois passos e respondi "não, vai você!". A dor era real e não suportável. Entrei no funil caminhando.
Do lado esquerdo pude ver meu pai e minhas irmãs na torcida, mas o que me surpreendeu foi um grito surgido da direita em meio várias pessoas dizendo "vai, Johnathan". Achei estranho porque o número de peito não constava nome do atleta e, até ponto que sei, não conhecia ninguém daquela região que pudesse reconhecer.
Foto de Djemes Borges

Cruzei a linha de chegada, recebi uma belíssima medalha e identifiquei o autor do grito misterioso. Djemes Borges é o nome desse guerreiro que conheci virtualmente através de escritos feito esse. Ele acompanha as postagens, comenta algo interessante e sempre acrescenta palavras importantes nas experiências que escrevo.
Eu estava tão desanimado, decepcionado, com muita dor que acabei sendo babaca! 
Trocamos algumas palavras, mas não dei a devida atenção necessária. O Djemes é um cara tão legal e determinado nos esportes que ele por si só merece uma matéria contando sua história. Nem se quer pedi para tirar uma foto desse encontro; mas garanto que ainda vamos cruzar em alguma linha de chegada juntos e, com certeza, quero ter a honra de possuir uma imagem imortalizada ao lado desse camarada. Vou usar uma das frases que ele já usou: "Parabéns, já sou teu fã."

A prova acabou e eu vim para casa refletindo sobre todo ocorrido e após horas de lamentação pude compreender o significado desse dia.
A quebra foi a melhor coisa que poderia me acontecer...
Eu me iludia em uma autoafirmação que meu preparo físico estava em condições plenas e bem treinadas. Pensava que esse negócio de "quebrar" era desculpas daqueles que não tinham resistência e determinação. Achava que era praticamente um super herói e seria somente uma questão de tempo para ganhar todas as provas. Pensava que conquistar as primeiras colocações e carregar troféus era minha obrigação como atleta amador...
Sou humano, muitas vezes errante, e hoje entendo que jamais quis correr. Eu só queria ganhar. E isso nunca me fez um bom competidor, mas sim, um idiota querendo ser melhor do que os outros...
Aprendi a lição! Vou mudar minha postura e conto com o apoio de vocês, do outro lado dessa tela, em me cobrar esse espírito esportivo quando me encontrar em alguma competição. Só quero me divertir e fazer amigos. Só quero contar uma boa história. Só quero correr...

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Bora treinar,
Abraços