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segunda-feira, 10 de julho de 2017

Por que trekking?

Fugir da "selva de pedra" não é um ato de covardia ou amedrontamento, apenas, por algumas horas, se sentir livre feito o que éramos em algum tempo. O vento no rosto, a terra sob os pés e a paisagens naturais são reconfortantes para as mentes mais inquietas quando tudo aquilo que nos cerca, de alguma forma, não parecem estar em seu devido lugar. Não é fuga, é encontro.
É saber que há algo lá fora que bate na janela da consciência dizendo "venha, porque aqui você é você" e, após respirar profundamente, o ar invade os pulmões e os primeiros passos são dados.
A trilha não me leva por um caminho, mas me deixa escolher o destino; sabendo que o interessante é a travessia e não o cume. As pessoas, não qualquer uma, mas aquelas pessoas, eu ainda nem conheci, porém sei que trarão bagagens tão importantes que no meu caráter deixarão cicatrizes. Talvez seja amor em uma essência diferente das habituais ou talvez seja somente o tesão por viver!
O Trekking surgiu na minha vida quase por acidente. Nasceu de uma frustração em não poder correr por causa de uma velha lesão no joelho, que mais tarde através das caminhadas e do ciclismo o fortalecimento me trouxe novamente para essa prática, foi um presente acidental que tornou-se encantamento.
Quando pratico estou em contato com tudo que parecia estar perdido durante anos. Não é uma questão de vida saudável nessa era fitness, nem em ser um super atleta movido a endorfina e suor; é o simples fato de poder escolher. Ligado na rotina urbana não sinto como se as opções que faço são puramente natas, como entre a embalagem azul ou amarela, ou suco engarrafado de pêssego ou uva, é muito maior que isso. No trekking posso comer uma goiaba que encontrei e colhi do pé, não tenho morangos, pêras ou bananas em prateleiras. Somente a goiaba. Dá pra entender...?
Ao relatar minha experiência e paixão por tal esporte devo comunicar, e salientar, que não sou profissional do esporte, treinador, professor de educação física ou qualquer outro ofício relacionado ao preparo, por tanto o que escrevo são somente opiniões pessoais, que para maior aprofundamento na área é necessário consulta com pessoas especializadas por tal, mas garanto que isso é vida. No mais puro ato de viver.
São cachoeiras, são rios, é mata. São momentos, são lembranças, é calma.
O que me marca nesse esporte e deixa meus pensamentos atiçados são as conversas feitas no percurso. Gosto de partir sozinho para organizar os anseios e as imagens vistas em uma fotografia podem ser imortalizadas, mas as palavras ditas quando se possui boa companhia não são registradas em nada além do que no próprio âmago. Isso não possui preço que alguém pague, nem tempo que se recupere. Isso é tudo que posso dizer.
Por isso quando me perguntam "por que trekking?" costumo ser bem objetivo na reposta: "Sei lá... É legal...".

Se você, do outro lado dessa tela, está me julgando como maluco que quer chamar atenção ou algo parecido, com único intuito em promover a prática de tal,  lhe lanço um desafio: - Vá para a trilha! - Depois deixe aqui nos comentários se estou tão errado assim ou se nada aqui escrito faz sentido.

Vai lá! Aceite a provocação! Se permita arriscar...
Bons rumos e abraços




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