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terça-feira, 25 de julho de 2017

Morro da Igreja em São Bento do Sul

Quantas vezes você teve a chance de praticar esportes ao lado do seu ídolo?


Hoje eu deveria ter partido com o pessoal da Nexa Bikes rumo à Rio dos Cedros, com destino Cachoeira Formosa, circulando de bicicleta por paisagens fantásticas que prometo, em breve, relatar aqui nos meus escritos; porém quando surgiu a ideia de fazer um trekking com meu pai até o Morro da Igreja, via Corupá, não pude resistir!

Meu pai foi um grande atleta na juventude, mas há trinta anos abandonou (por força maior) os exercícios físicos e quando lhe surgiu a vontade de retomar os esportes eu pude dar uma forcinha!
Ele me acompanha em todas as competições e sempre me cobra a regularidade dos treinos, muitas vezes comenta querer participar de algo e, eu sei, que adora estar em meio a natureza, portanto trekking pareceu um caminho lógico para quem quer reiniciar a integração no mundo outdoor.
Por volta da 13:30h entramos no carro sem saber o que iríamos enfrentar. A única certeza partia do GPS em mãos, sei que não podemos confiar cegamente nesses aparelhos, mas não posso me queixar dessa vez. Um pouco mais de 1h de percurso até Rio Natal e chegamos ao destino desejado.
Quando olhei, ao pé do morro, o desafio me pareceu distante. O cume desejado estava alto demais e duvidei que nós dois (mesmo sozinho) poderíamos conquistar essa altimetria.

Fizemos uma parada quase obrigatória para quem caminha por essas ruas no Parque Natural das Aves. Um local que contribui na preservação ambiental instruindo seus visitantes sobre a conscientização, educação ambiental e conhecimento da fauna e flora da região.
Com tralhas nas costas e vontade de sobra iniciamos a subida por uma propriedade privada. O caminho é de elevação contínua, mas sem grandes dificuldades porque o terreno foi demarcado por algum tipo de trator de pequeno porte. Seguimos por 2 quilômetros aproximadamente.
Quando, acredito eu, atingimos metade do percurso o caminho da "tobata" acabou e a trilha de verdade começou!
Eu não fazia ideia que seria dessa forma e me encantei por ser assim.
Um pequeno rastro no chão foi muitas vezes nosso guia. Passamos por baixo de galhos, por cima de troncos, atacamos pedras, raízes e bambus e encontramos até alguns animais. Dois cães, para ser mais preciso, que em poucos segundos partiram mata a dentro sem nem se quer deixar vestígios.

Meu pai estava fadigado. Não por sua culpa plena, mas por ter passado muitos anos sem algum treinamento específico. Ao fazer uma parada para recuperar as forças, nós conversamos, e chegamos a seguinte conclusão que ele não poderia seguir mais sem que passasse bastante tempo em repouso; e esse tempo nós não tínhamos. Como resolvemos partir após o almoço o retorno não poderia exceder.
Ninguém quer ficar preso na mata sem que leve equipamentos próprios para tal eventualidade.
Como parecia faltar pouco até o cume (menos de 1k) resolvi partir enquanto meu pai descansava sentado em um abrigo coberto, gentilmente cedido pela própria natureza.
Acelerei tudo que pude! Eu queria o cume, mas também queria a presença dele, então fui o mais rápido que dava mantendo certo grau de segurança.

"Escalaminhada" é o termo propício para o término dessa trilha, que nos últimos metros dei de cara com um perdiz arredio, ave rápida e curiosa, me fez feliz por testemunhar vida selvagem ativa nos arredores da nossa região.
Enfim, encontrei a cruz fixada no topo daquele paredão de pedras. Havia cumprido a meta pessoal e queria voltar o mais rápido possível para perto do grande parceiro dessa aventura.
Quanto a descida não tenho muito que relatar...
Encontrei meu pai e conversamos durante todo o trajeto sobre as mais diversas coisas. Coisas de pai e filho!
Incluindo a volta de carro para Jaraguá do Sul, cheguei em casa próximo às 19hs, e esse trekking, além do desgaste físico, sugou nossa tarde de feriado por completa. Valeu a pena!
Porém preciso voltar ao foco dessa matéria. Não. Não é sobre a subida do Morro da Igreja que escrevo hoje. Escrevo pelo simples fato de poder trilhar com meu ídolo.
Em qualquer esporte temos algumas pessoas como referências, geralmente grandes campeões de suas modalidades, mas a minha atende pelo nome de John Felipe Bertsch.

Meu pai superou qualquer limite que pudesse esperar.
Ele não atingiu o cume, e eu sim, porém minha função é essa. Eu pratico múltiplos esportes, treino quase todos os dias e durante meses venho me modelando; e ele somente resolveu sair do sofá e encarar uma trilha. Assim. De repente!
Subiu com toda dedicação um área de grande altimetria, com caminho quase fechado em alguns pontos, cruzou raízes e árvores, sem reclamar nenhum momento e ainda me incentivando em continuar.
Ele não é somente um pai; é um verdadeiro exemplo para ser aplaudido.
Escrevi todo esse texto somente para agradecer.
Meu pai, meu herói!


DADOS DO PERCURSO:

Link no aplicativo Strava: https://www.strava.com/activities/1101527850
Distância: 6,9 Km
Tempo de movimentação: 1:12:07
Tempo decorrido: 2:17:35
Ritmo: 10:20 min/km
Elevação: 427m (lembrei de ligar Strava no meio do caminho)

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