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quarta-feira, 14 de junho de 2017

Trekking ao Pico Malwee

A palavra trekking é de origem sul-africana e tem o intuito de nomear o ato de seguir um trilho, um rumo programado com obstáculos naturais como rios, árvores caídas e/ou lama; uma típica trilha com objetivo anunciado, seguindo de exemplo, conquistar o cume de alguma montanha desejada. Geralmente o pernoite em barracas ocorre, são vários dias de execução do esporte e as distâncias são excessivas, porém não é obrigatório. Um trajeto, mesmo sendo relativamente curto, sem intuito de passar a noite fora, mas com a intensão de alcançar o desafio em tempo pré-estipulado, já é válido para você se tornar um praticante. O trekking, ou Enduro a pé, é uma modalidade competitiva com várias regras sobre utilização de materiais específicos e marcações regulamentadas, mas esse assunto é cabível aos atletas de elite que praticam tal exercício para fins profissionais que certamente não é o meu caso, então, retornamos à recreação...
O Pico Malwee é mais popular na região entre os praticantes de voo livre e alguns trilheiros, sendo que o local onde há maior frequência em Jaraguá do Sul é o Morro das Antenas por possuir maior elevação, ter uma rampa destinada para tal fim e o acesso menos privado. Para subir o Pico Malwee é necessário aviso e liberação prévio por ser uma propriedade particular, mas não há dificuldade em conseguir tal autorização.
Segui pela Rua Domingos Vieira por terra batida e cascalho até chegar na porteira da propriedade. É um caminho sem saída onde o final de seus seguimentos são os portões de madeira.
Os pastos encontrados por mais de 2 quilômetros nos próximos passos são de fácil caminhada, porém há necessidade de preparo físico e algum recipiente com água, por causa da elevação do terreno.
A parte mais divertida é quando chego em 380m de altimetria aproximados e encontro uma cerca se arame farpado dando por fim o pasto de cultivo e inicia uma trilha relativamente fechada. Existe rastro de passagem de veículos por tal caminho, porém a vegetação se alastrou tanto que facilmente pude notar que há tempos ninguém passou por lá.
A prova que o tempo tomou conta de alguns trechos é muito bem representada por duas casas encontradas na propriedade, pequenas e simpáticas, pintadas de amarelo. Os cupins tomaram conta das paredes e do chão e mais uma série de insetos fizeram de seus depósitos o lugar; além de marcas de depredação e pichação deixadas no casebre por aqueles que não sabem prestigiar um abrigo cedido com boa vontade para os visitantes aventureiros. E ainda alguns deles tem coragem de me chamar de "bicho-do-mato"; eu só posso agradecer tal elogio porque bicho não faz isso.
O cume foi atingido depois de uns 800 metros de trilha. Há uma torre de repetição de sinal, com duas câmeras de vigília, e uma área de grama plana com 60 m². Quando atingi esse lugar senti, além do vento gelado, uma sensação de paz e contentamento. Não tive vontade de comemorar, gritar ou pular, só quis respirar fundo e contemplar aquela vista da região sul do nosso município. Ali encontrei paz.
O trekking executado teve 3 horas no total com 14,1 km percorridos e 552 metros de elevação total. Tenho o costume de partir por esses caminhos sozinho com esperança de organizar os pensamentos quando não ouço barulhos urbanos, ou por egoísmo mesmo, mas nessa caminhada tive como companhia Ronald Campos, meu cunhado, que somou bastante nessa pequena cruzada vespertina. Desde já está convidado para compor um time de trilheiros para encarar muitas andanças por esse mundão afora que aguarda por ser explorado. Deixo como última palavra um simples obrigado.